Cinema

Até ao momento, assinei apenas uma curta-metragem… e de cada vez que recordo como foi feita não consigo conter o riso.

Tivera, de 26 a 30 de Julho de 2010, uma pequena formação em realização e edição de vídeo proporcionada pela agência Lusa, ficando com aquilo que um electricista ou um director de fotografia designaria, com generosidade, por “algumas luzes”.

Exercitara os conhecimentos na criação de um ou dois vídeos em contexto profissional e essa era toda a minha experiência quando, em Janeiro de 2011, me caiu nas mãos o regulamento da quarta edição do festival Curtas Sadinas. Aqui, tal como quando aceitei traduzir poesia, não sei que assomo de ousadia me deu para pensar: “E porque não?”

Havia em Setúbal uma história por contar, uma história que o Luís – autor do argumento e meu constante parceiro de aventuras – descobrira ao escrever a tese no mestrado de Política Comparada, mas faltava uma semana para terminar o prazo de entrega das curtas-metragens…

O escasso tempo que restava criou uma oposição de convicções entre mim e o Luís, com ele a considerar a tarefa uma “Missão Impossível”, enquanto eu defendia o lema político “Yes, We Can”. Na Lusa, vira colegas prepararem vídeos de reportagens em apenas um dia, pelo que, para algo documental como o que tínhamos em mente, uma semana era tempo de sobra!

O certo é que lá fomos nós – munidos de uma handycam de turista, de um tripé que tremia com o vento e da ingénua confiança que move os principiantes – perseguir entrevistáveis e captar planos, enquanto eu rogava a São Pedro que guardasse a chuva por mais uns dias. E, muito graças à disponibilidade dos entrevistados, à paciência com que revisitaram os seus arquivos (físicos e mentais) e à impressionante fé que depositaram no nosso entusiasmo, a coisa começou a ganhar contornos de exequibilidade.

Captadas as imagens e gravada a narração (não, não vou contar quantas vezes o fiz até que ficasse audível) montou-se tudo na versão de demonstração de um programa de edição, com o computador ligado a um LCD de 32 polegadas para conseguirmos ver o que fazíamos.

Não sei se é possível um mais elevado grau de amadorismo, pelo que acredito que os espectadores que atribuíram a Setúbal, Cidade Verde o Prémio do Público no IV Curtas Sadinas simplesmente se compadeceram do nosso bem-intencionado esforço.

No foyer do Auditório Municipal Charlot após a entrega de prémios das Curtas Sadinas
Setúbal, cidade verde

Realização: Helena de Sousa Freitas
Ideia e argumento: Luís Humberto Teixeira
Música: Rui Serodio
Câmara e edição: Helena de Sousa Freitas e Luís Humberto Teixeira
Narração: Helena de Sousa Freitas
Entrevistados: Francisco Abreu, Antunes Dias, Francisco Ferreira, Carlos Frescata, Francisco Lobo, Viriato Soromenho-Marques
Duração: 14 min.

Sinopse:
Unidos na protecção da natureza, dois alunos do Liceu de Setúbal estavam, em 1976, longe de imaginar o papel que teriam na política ambiental da região, bem como de supor que uma associação por si fundada daria um contributo inestimável para a maior organização ecologista de Portugal.

Exibições:
15 de Maio de 2011 – Auditório Municipal Charlot, Setúbal
No âmbito do IV Curtas Sadinas.
Distinção: Prémio do Público – Curtas Sadinas 2011

17 de Março de 2012 – Academia Problemática e Obscura, Setúbal
No âmbito do debate “Passado, Presente e Futuro do Ecologismo em Portugal”.

9 de Setembro de 2012 – Mercado do Livramento, Setúbal
No âmbito da iniciativa “Cinema no Mercado” dedicada à Serra da Arrábida e à sua candidatura a Património Mundial da Humanidade, sob a égide da UNESCO.

9 de Julho de 2014 – Atmosfera M, Porto
No âmbito da iniciativa Cidade +, dedicada à cidadania, ambiente e sustentabilidade em contexto urbano.

Agora mesmo – onde estiver
Basta clicar no vídeo abaixo.